Angola torna-se, pela primeira vez, palco de um festival da música Morna - um  evento aberto esse sábado, em Luanda, no âmbito da 3ª edição da Bienal de Luanda, e que contou com a ilustre presença da ministra de Estado para a Area Social, Dalva Ringote Allen.

Trata-se do "Luanda Morna Fest", um concerto que decorre de 2 a 3 de Dezembro, retratando a realidade insular do povo de Cabo Verde, o romantismo intoxicante dos seus trovadores e o amor à terra, no sentido de ter de partir e querer ficar. 

A morna é um género musical e de dança de Cabo Verde elevado a Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO),  a 11 de Dezembro de 2019, tradicionalmente tocada com instrumentos acústicos.

Nos últimos anos, a morna foi levada a ser conhecida internacionalmente por vários artistas de Cabo Verde, nomeadamente,  em França e nos Estados Unidos. Com o seu timbre de voz encantador, Cesária Évora, a mais famosa desses músicos, conquistou e alargou o público da morna, de Cabo Verde até  Olympia, passando pelo Carnegie Hall, pelo Hollywood Bowl e pelo Canecão (Brasil).

No primeiro dia, o evento foi prestigiado pelas distintas presenças do ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente de Angola, Francisco Furtado, do embaixador de Cabo Verde em Angola, Júlio Morais, e  do ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau.

O show de abertura abrilhantado por vários músicos caboverdianos,
contou com momentos de homenagem à cantora Luso-caboverdiana, Sara Tavares, que partiu para a eternidade aos 45 anos a 19 de Novembro último, em Lisboa, Portugal, vítima de um tumor no cérebro.

Sirius, um artista com uma carreira inspirada em pessoas-modelo, assumiu  a missão de apresentar ao concerto "Luanda Morna Fest" a homenagem à Sara Tavares, interpretando os vários temas que marcaram a sua caminhada.

“Fizemos uma junção de sete temas, entre 'Coisas Bonitas', 'Ponto de Luz', 'Balancé' e 'Problemas de Expressão', entre outros. Sara Tavares é simbolo de que o sorriso faz-nos vencer o mundo”, disse o artista.

No palco do Luanda Morna Fest estiveram ainda os músicos da Banda Raízes de Cabo Verde Lucibela, Paulinho, Manel D´Candinho e as angolanas Margareth do Rosário e Anabela Aya, que teceu elogios ao músico caboverdiano Tito Paris, por ter acreditado no seu talento no início da carreira.

Numa mensagem em vídeo, o Presidente de Cabo Verde, José Maria Pereira Neves, declarou-se satisfeito pela realização em Luanda da primeira edição desse festival, exprimiu o seu agradecimento a Angola e felicitou os caboverdianos pelo material que possuem.

O Luanda Morna Fest é uma iniciativa promovida pelo Projecto Resiliart Angola, inserido na 3° edição da Bienal de Luanda, que decorreu de 22 a 24 de Novembro e conta com a participação da UNESCO.

A inauguração dessa primeira edição do concerto contou também com uma exposição de várias obras de artes.